terça-feira, 26 de junho de 2012

Dossiê DUST: He's Got the Whole World in His Gauntlet...

Uma "mãozinha" no Trajeto: Manopla

Manopla é um personagem concebido em cima do conceito do Lanterna Verde: poderes de materialização energética. Aos poucos, essa idéia foi sendo refinada: para a fonte do poder permanecer focada num ponto do corpo, tiramos o anel da mão direita e acrescentamos uma manopla de metal pesado e "enferrujado", para datar visualmente a existência da ferramenta; o collant deve permanecer, mas verde é que não pode ser. Então, tasca um azul aí no meio; qual é a deste collant? Que modelo ele deve seguir? Uma das inspirações que tive foi o collant usado pelo Erradicador durante a saga d"O Retorno do Superman". A máscara eu dei um jeitinho de modificar a do Lanterna Verde Kyle Rayner no início de sua carreira para colocar um "M" na cara do dito cujo, logicamente azul. Com isso em mente, começa-se uma origem: herói judeu, antropólogo, encontra a manopla Shamash que, outrora, pertenceu a um antigo Deus Babilônico, Enkidu, irmão postiço de Gilgamesh. Mitologia Suméria está intimamente ligada ao judaísmo. O poder da manopla deriva-se da alma do empunhador e emite uma energia azulada. Os poderes conferidos são: vôo (puxado pela manopla), película de vácuo azulada que protege o portador e quem ele tocar durante o vôo, matéria energética em formas de mãos humanas (luvas, manoplas, mãos) e deflexão de ataques de potência física  que não sejam letais. Desta forma, surgiu este conceito, em 2005, visto em conjunto na postagem de 18 de Junho:
Note que os olhos de Manopla são castanhos e isto, de alguma forma, me incomodava num personagem todo azul. "Mas caramba! O cara tem o cabelo duro todo castanho e usa uma luva de ferrugem! Os olhos são o de menos!" Concordo, mas é que eu acho que os olhos, que são o ESPELHO DA ALMA, deveriam refletir o espectro de cor da aura de uma ferramenta que usa a ALMA como fonte de energia. Assim sendo, em 2006, foi feita uma leve reformulação no traje (como, por exemplo, a inversão dos slots de cor) e na cor dos olhos de Manopla, que recebeu o nome de Aroldo Jordão (versão luso-tupiniquim de Harold "Hal" Jordan, o Lanterna Verde que inspirou o personagem). Esta versão foi a utilizada na postagem do dia 16 de Junho:
Em Janeiro de 2007, com a reformulação do traço, buscando algo mais fluido e rápido, foi concebida a arte rotacionada do personagem, sempre mantendo uma constância do uniforme. Observe que, pela primeira vez, por debaixo da máscara, a pele ficou sombreada, um detalhe que gostei muito, realçando os olhos azuis do personagem, como eu queria. Vale notar, também, que dei um porte mais esguio ao personagem. Esta versão foi a base utilizada na postagem do dia 20 de Junho:
O envolvimento do personagem na trama foi ficando mais intenso e sua importância aumentou exponencialmente, a ponto de se tornar o personagem-questão para o leitor. Muitos o tomam por esquizofrênico, por ele conversar com a luva (poucos aceitam, no universo criado, que Shamash, a manopla ancestral, é uma entidade), tal qual o Eddie Brock papeia com o simbionte. Mas, na verdade, Shamash é o leitor, com quem o personagem conversa e se questiona sobre o que fazer com tanto poder, e vice-versa. Daí, surgiu a necessidade de dar uma roupagem menos blaset e mais auto-conflitiva ao personagem. Em 2008, foi feita esta reformulação e surgiu a versão do Manopla presente numa postagem vindoura, atualizando o grupo:
Com todo este layout reformulado, consegui dar um dinamismo muito mais acolhedor ao meu traço. Mais até que aquele que julgava o mais fluido, pois neste eu conseguia inserir os detalhes de forma sutil, porém com esmero. Aí eu pude elaborar uma imagem que foi meu papel de parede no computador do trabalho por muitos meses, me fazendo lembrar que este era meu maior projeto e que nunca deveria tirar os olhos dele. Ainda em 2008, confeccionei esta imagem de uma luta enfezada entre Manopla e seu nêmesis, um "filantropo" judeu, Claude MacAbraham (que depois teve o alter ego abrasileirado para Claudio MacAbraham e, mais adiante, mudado para Claudio Gedeão, algo mais judeu. Tenho de revisar os textos onde foi mencionado o "MacAbraham"), que não só financiou as escavações de Aroldo, como também queria ficar com as duas manoplas encontradas: Shamash e Enlil. De posse apenas da segunda, outrora empunhada pelo grande e arrogante herói mítico Gilgamesh, Claudio Gedeão assumiu o alter ego de "Garra" e, com sua ferramenta que tinha como fonte de poder o SANGUE do usuário, inferniza a vida do herói paulista. Segue a imagem:
 
 O problema é que este estudo do personagem já não refletia tanto o que eu estava construindo. Ele ainda estava muito "bonzinho" e eu precisava de alguém mais desconfiado, inseguro, porém agressivo e mais respeitável. Então, em 2009, ele teve uma nova ótica aplicada:
Com este ar mais sério e na defensiva, Manopla teve seu nome civil alterado. Agora, seu nome é Moises Mayer (tão nome de avô quanto "Aroldo", mas com origem judaica) e suas roupas são mais sérias e mais judaicas, sóbrias. Arrisco a dizer que ficou até mais charmoso. Assim, eu pude viabilizar um romance com uma membro da equipe importante e cobiçada por outro personagem, formando um letal triângulo amoroso, que leva a uma batalha sem precedentes no submundo de Irkalla, o Inferno Judáico. A imagem a seguir, foi elaborada em 2009, ilustrando um pouco deste embate. Mais para frente, as peças se encaixarão e será possível descobrir quem é o seu oponente. Note a mudança na cor da roupa e dos olhos do herói, assim como o que ele veste na mão esquerda:
Não posso dizer muita coisa sem entregar mais da história, tanto do grupo quanto do personagem, mas - modéstia à parte - é muito legal. Eu, se fosse leitor, gostaria de ter essa emoção de sagas nas minhas mãos todo mês. Herói fica bandido, bandido fica herói, morto É morto, todos são mutáveis. Mas aguarde. Além da imagem vindoura citada antes, ainda há visões reformuladas, muito mais legais. Manopla pode lhe dar uma mão. Mas o que você dá em troca?
Gostou? Divulgue. Compartilhe. Comente. Feedback construtivo é sempre bem vindo. Muito obrigado e desculpe se pareci empolgado, mas é por que eu fico quando falo das minhas crianças.

Imagem:
1) por Vitor Hugo Mota, em 16/08/2005;
2) por Vitor Hugo Mota, em 05/03/2006;
3) por Vitor Hugo Mota, em 13/08/2007;
4) por Vitor Hugo Mota, em 01/05/2008;
5) por Vitor Hugo Mota, em 21/05/2008;
6) por Vitor Hugo Mota, em 02/01/2009;
7) por Vitor Hugo Mota, em 04/03/2009;
8) por Vitor Hugo Mota, em 15/07/2010.

3 comentários:

  1. Eu gostei muito da evolução do personagem... e vi tambem que vc melhorou e muito nos traços... Parabéns, Filhote...

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  2. Essas histórias de bastidores fortalecem muito mais o personagem. E não é só ele, são todos.

    O mesmo homem não atravessa o mesmo rio, pois ele já não é o mesmo homem da primeira vez e nem o lago é mais o mesmo. Ainda bem que o traço evolui e que bom que você gostou. Muito obrigado pelo comment e pela visita, Lan!

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  3. Muitos dos novos conceitos eu ainda não tinha visto, principalmente o mais atual, dele com visual judeu ou com o novo nome. Interessante que na última imagem dele combatendo, ele tá bem parecido com o Tim Drake na nova versão do Young Justice e ao mesmo tempo está bem parecido com o antigo visual do Kyle Rayner, apesar das cores serem obviamente, diferentes. Talvez este seja o personagem mais complexo.

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